Microempreendedora Individual recebeu atendimento por meio do Programa Negócio a Negócio, desenvolvido pelo Sebrae
“Você tem sempre algo para aprender”. Este é o pensamento da microempreendedora Dulce Trindade, que há cerca de quatro anos vende polpas de frutas em Araguaína. Em busca de alavancar seu negócio, a empresária encontrou no Sebrae a chave para ampliar seu empreendimento e melhor atender os seus clientes.
A iniciativa de Dulce veio logo depois que o seu esposo adoeceu e ela teve que tocar o negócio praticamente sozinha. “Comecei a trabalhar com o meu esposo e ele sempre a frente de tudo, então ficava mais na retaguarda. Depois, ele adoeceu e não pôde mais contar com ele”, disse triste. Mas isto só foi o pontapé para que a empreendedora ampliasse seu horizonte e buscasse qualificação. “Eu preciso me qualificar, preciso fazer alguma coisa, porque eu não vou conseguir fazer sozinha”, pensou determinada a mudar.
Negócio a negócio
O primeiro passo de Dulce na caminhada para mudança foi através do programa Negócio a Negócio, desenvolvido pelo Sebrae. “Me passaram informações de cursos. Foi abrindo portas. Foi a partir do Negócio a Negócio que percebi o que eu poderia oferecer para os meus clientes. Estava perdendo oportunidade do que estava lá a minha disposição e eu não estava usufruindo”, explicou.
Mas para Dulce, ainda faltava uma coisa. “O meu objetivo maior era sobre boas práticas na alimentação e engenharia de alimentos, que era sempre cobrado, como a aplicação dos rótulos com as informações nutricionais. E eu achava muito difícil, muito caro”, detalhou.
Para a empreendedora, um curso particular com esse tema não estava dentro do seu orçamento. “Pra mim estava inacessível. Não tinha condições de fazer. Aí o Sebrae me apresentou e daí fiz o curso de Boas práticas na Manipulação de Alimentos e o curso de Embalagem e Rotulagem”, afirmou Dulce.
Mudanças
Depois do curso de boas práticas, a empreendedora começou a mudar o seu negócio e a melhorar a sua estrutura. “A questão física do nosso ambiente melhorou bastante. Porque às vezes a gente sabe o que tem que fazer, mas sem orientação a gente não sabe como e por onde começar”, destacou.
Segundo Dulce, as mudanças foram gradativas, entre elas a instalação de grades no local onde é feita a produção de polpas. Outra mudança importante foi a rotulagem nas embalagens, que antes não tinha. “Quando a gente iniciou nesse trabalho, a gente não tinha rótulo, escrevia na embalagem: goiaba, acerola; com a canetinha”, contou.
Com a orientação e apoio do Sebrae, a empreendedora se formalizou e com isso conseguiu o CNPJ da empresa. Dulce também procurou a Vigilância Sanitária para ter informações sobre o que era necessário. “A gente tem sempre que trabalhar em conjunto, a Vigilância Sanitária com a consultoria que tivemos de engenharia de alimentos e a gente”, afirmou.
Futuro
Atualmente, Dulce tem cerca de 50 clientes fixos; tem o Disk Entrega (com Whatsapp); sendo que as polpas que mais saem são a de maracujá – cerca de 30kg por semana – e a de acerola, cerca de 60kg por semana. Agora a empreendedora está fazendo o teste para um novo produto, geleia de acerola.
A sua companheira de empreendimento, Jucilene Soares, está à frente dos testes. “A gente aprendeu a fazer uma geleia daquilo que era descartado na produção da polpa, mas que poderia ser usado para fazer outro produto. É mais uma fonte de renda”, comentou Dulce.
“Qualificação é muito importante; porque não adianta eu ter dinheiro, não adianta ter mão de obra, e não saber como usar esse dinheiro, nem essa mão de obra. Você tem sempre algo para aprender. A partir do momento que você se qualifica, você abre portas”, finalizou a empreendedora com os olhos felizes e de olho no futuro do negócio.
Sebrae
O analista técnico do Sebrae em Araguaína Marcus Vinicius Queiroz explicou que depois da oficina de Boas práticas na Manipulação de Alimentos as empresas são atendidas através de consultorias individualizadas, onde os negócios são avaliadas por meio de um diagnóstico aplicado para mensurar a conformidade com a Lei vigente 216/94 ANVISA. “Com a avaliação é trabalhada cada ponto na empresa para que a mesma possa ficar de acordo com a legislação”, completou.
Queiroz finalizou afirmando que com a consultoria realizada pelo Sebrae, as empresas aumentam a competitividade. “Essa consultoria busca aumentar a competitividade da empresa através do melhor aproveitamento produtivo e da qualidade nos produtos/serviços agregados para o cliente, aumentando assim o faturamento da empresa”, detalhou.
(Joselita Matos)