O ato em repúdio à morte do agente de trânsito Agenison Pereira Jorge, assassinado na última sexta-feira, 27, contou com buzinaço, apitaço e um minuto de silêncio em vários estados
Na manhã desta segunda-feira, 30, Araguaína realizou a Manifestação “Maio de Luto”, em virtude da morte do fiscal de trânsito Agenison Pereira Jorge, de 28 anos, assassinado no exercício de sua função no dia 27. Partindo do Setor Entroncamento, cerca de 300 participantes, de 10 órgãos institucionais, taxistas e mototaxistas, seguiram em carreata até a Praça das Bandeiras. O ato de repúdio e respeito pela morte do agente gerou comoção nacional e aconteceu em vários estados.
Durante a manifestação, houve buzinaço, apitaço e um minuto de silêncio. Estiveram presentes no ato de repúdio e homenagem representantes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (AMTT), Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o Serviço Móvel de Urgência (SAMU/192), o Corpo de Bombeiros e o Departamento de Fiscalização de Posturas (Demupe), a Fiscalização Ambiental e Sanitária.
Participantes
O fiscal sanitário Cláudio Aguiar falou sobre como é arriscado atuar nas áreas de fiscalização no Brasil. “Nós também sofremos diariamente esse tipo de ameaça, assim como eles, e infelizmente aconteceu isso com nosso colega. Estamos aqui fazendo um ato de repúdio, pois o ato de fiscalizar é um ato de risco no Brasil, não estamos isentos de que isso aconteça conosco, estamos muito tristes nesse momento”, lamentou o fiscal.
O coordenador de equipes e agente de trânsito do Detran João Carlos Teixeira contou sobre como organizar uma cidade traz grandes responsabilidades e receios diante de atos de intolerância como esse.
“Somos do mesmo grupo de função e estamos fazendo esse ato em homenagem a ele e repúdio ao que aconteceu. O Maio de Luto vai ser em nível nacional, em vários estados estará acontecendo também. O nível de tolerância anda zero no trânsito, na mesma sexta-feira também recebemos ameaças, além de absurdos nas redes sociais, poxa, nós estamos aqui para trabalhar”, desabafou.
O subtenente da Polícia Militar Manoel Alves disse que a morte do agente é inaceitável e que diante do desenvolvimento de Araguaína nos últimos anos, a cidade não deveria mais admitir aspectos de terra sem lei.
“A gente não pode aceitar e justificar isso, estamos aqui trabalhando, todos nós. Na parte educativa, de repreensão, de policiamento, tudo! A indignação é coletiva, as divergências sempre existem, mas não deveriam mais ser resolvidas dessa forma”, apontou o subtenente.
Nacional
Os estados do Acre, Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo também se manifestaram na manhã desta segunda-feira.
Crime
O agente de trânsito Jorge foi empossado na AMTT em dezembro de 2015. No dia 27, o agente foi alvejado com um tiro na região abdominal durante fiscalização realizada na Avenida Primeiro de Janeiro. Mesmo sendo socorrido pelo SAMU, veio a óbito no Hospital Regional de Araguaína (HRA). Jorge era conhecido pelos colegas por sua prontidão exemplar e seu temperamento calmo.
A Prefeitura enviou nota de pesar repudiando a ação. “Que as investigações descubram o mais rápido possível o(s) responsável(is) e que a Justiça seja rigorosa na aplicação da pena”, pontuou a nota. Para auxiliar nas investigações, a informação que leve à captura dos envolvidos, A Prefeitura oferece recompensa com cinco mil reais.
O Município decretou luto de três dias e prestou apoio à família do agente, que é de Formosa da Serra Negra, no Estado do Maranhão.
(Fernanda de Alcantara/Fotos: Marcos Filho)