A enfermeira da Vigilância Epidemiológica do Programa Municipal de Hanseníase, Stela Lúcia Monteiro, explicou que no mutirão foram disponibilizados 19 médicos e 19 enfermeiros
. “Durante a semana e no mutirão foram atendidas 50 pessoas, duas diagnosticadas, significa que vamos evitar a doença em aproximadamente 40 pessoas, ou seja com o tratamento elas não transmitem”, explicou.
Em Araguaína, são três unidades básicas de saúde com mais registros da doença: UBS Araguaína Sul, UBS Raimundo Gomes Marinho, no Setor Maracanã, e UBS José de Souza Resende, no Setor Alto Bonito. “Embora em todos os setores há casos, o que significa que, para a doença não ser transmitida, os pacientes precisam procurar a unidade o mais rápido possível para que tenham o diagnóstico precoce e iniciem o tratamento”, frisou Stela.
A enfermeira acrescentou que “o mutirão e as aulas teóricas e práticas durante a semana foram fundamental para que nossa equipe local trabalhe com mais segurança e identifique os casos. Foi muito positivo esse contato com profissionais especializados no tratamento da doença”.
Diagnóstico
Sebastião Alves da Silva, de 75 anos, tem muitas manchas esbranquiçadas nas costas e braços, soube do mutirão e realizou a consulta. “Eu quero saber o que são, para que eu possa tomar o remédio e ficar bom”, contou.
Já João Carvalho, de 42 anos, sente dores no braço e leve formigamento, relatou que fez a consulta por incentivo de um amigo. “Preciso saber o que é, se tem algo grave no meu braço ou não”, disse.
Projeto
Durante toda a semana, profissionais de saúde de Araguaína participaram de capacitações. Foram aproximadamente 400 pessoas, entre médicos, enfermeiros, assistente socais, psicólogos, fisioterapeutas e agentes comunitários de saúde. O evento aconteceu simultaneamente em mais 19 cidades do País, com profissionais de saúde locais e apoio do Ministério da Saúde (MS), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS).
A representante da Secretaria de Estado da Saúde, Regina Figueiredo, explica que é possível identificar possíveis sintomas de hanseníase. “Quanto mais cedo diagnosticar mais cedo o tratamento é iniciado, evitando sequelas. A doença infectocontagiosa tem cura, não é uma doença só de pele, ela afeta também os nervos, as pessoas vão ficando tristes. A doença é ainda marginalizada, mas, não é uma doença para se ter medo, se isolar do convívio social e familiar”, explicou.
O objetivo geral do projeto é a redução da doença nos 20 municípios selecionados em seis estados considerados endêmicos: Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins. Em Araguaína, entre 2011 e 2016, foram diagnosticados 780 novos casos de hanseníase.