UPA de Araguaína registrou 163 atendimentos para vítimas de AVC, de 2023 a outubro de 2024; saiba por que o socorro na primeira hora é crucial para minimizar os danos cerebrais
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também chamado popularmente de “derrame”, é uma das principais causas de morte e invalidez no mundo, podendo atingir pessoas de qualquer idade ou sexo. Ele ocorre quando há interrupção no fluxo sanguíneo em uma área do cérebro, privando as células nervosas de oxigênio e nutrientes essenciais.
“Sinais como fala enrolada, dificuldade para levantar um dos braços ou sorriso torto são alertas de que algo está errado”, explica a Dra. Jullyanna Alves, médica e diretora técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguaína. “Outros sintomas incluem dor de cabeça súbita, perda de equilíbrio ou visão turva. E estar atento é essencial, tanto para o paciente, quanto para quem está ao seu lado”, acrescenta.
Os dois tipos principais de AVC são o isquêmico, causado pela obstrução de vasos sanguíneos, e o hemorrágico, que resulta do rompimento de um vaso. Ambos exigem atendimento imediato para reduzir o risco de sequelas graves ou morte.
Nos atendimentos realizados pela UPA de Araguaína, entre 2023 a outubro de 2024, foram registrados 163 casos de vítimas de AVC. Em 2023, 85 pacientes buscaram atendimento, sendo 51 homens e 34 mulheres, com um óbito registrado, de uma paciente do sexo feminino. Já em 2024, houve 78 atendimentos, dos quais 45 eram homens e 33 mulheres, mas sem registro de morte neste período.
Hora de Ouro
Os primeiros 60 minutos após o início de um derrame são decisivos. O atendimento médico rápido pode fazer a diferença entre a vida e a morte, além de reduzir o risco de sequelas permanentes. Agir dentro dessa janela de tempo é essencial para garantir que o fluxo sanguíneo seja restabelecido ao cérebro antes que os danos se tornem irreversíveis.
“Medicamentos trombolíticos para dissolver coágulos em casos de AVC isquêmico ou intervenções para conter sangramentos em AVC hemorrágico são mais eficazes nessa janela de tempo. Isso aumenta as chances de recuperação e reduz sequelas permanentes”, destaca a médica.
Como a UPA age diante do AVC
Ao chegar à UPA, o paciente passa por avaliação imediata para confirmar a suspeita de derrame. Exames de imagem posteriores, como tomografia, identificam qual é o tipo de AVC e orientam o tratamento.
“O objetivo é restaurar a circulação sanguínea e minimizar os danos ao cérebro. Dependendo do caso, o paciente pode ser transferido para um hospital especializado para tratamento intensivo”, pontua a Dra. Jullyanna.
Atendimento demorado x atendimento rápido
Quando há demora no socorro, a falta de circulação sanguínea adequada pode levar à morte de milhões de células cerebrais a cada minuto, resultando em sequelas graves, como paralisia em um lado do corpo, dificuldade para falar ou compreender a fala, perda de memória e comprometimento de habilidades cognitivas.
“Em casos mais severos, o atraso no atendimento pode deixar o paciente dependente de cuidados de terceiros para atividades básicas do dia a dia. Além disso, as chances de reabilitação bem-sucedida diminuem consideravelmente, impactando a qualidade de vida e a recuperação do indivíduo. Por isso, o rápido acesso a uma UPA é essencial para reduzir os danos e salvar vidas”, explica a médica.
Pacientes atendidos rapidamente têm maior probabilidade de recuperar funções motoras, cognitivas e de fala, retornando às suas atividades diárias com maior independência. O tratamento precoce pode acelerar a reabilitação e melhorar a qualidade de vida, permitindo que muitos retomem sua rotina quase sem limitações.
(Foto: Marcos Filho)
Atualizado em 04/12/2024 por Redação