O projeto Bazar Três Pontos participará da Feira Arte e Talento uma vez por mês, comercializando tapetes de crochê confeccionados pelos reeducandos da Cadeia de Babaçulândia e Wanderlândia, Norte do Estado. O espaço foi cedido pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Araguaína à Defensoria Pública do Tocantins. A feira acontece aos finais de semana na movimentada Praça Dom Orione, no centro da cidade.
Nas exposições anteriores, o Bazar percorreu vários eventos e pontos da cidade, e continuará realizando exposições itinerantes para levar os produtos artesanais ao conhecimento do maior número de pessoas, dando visibilidade à confecção dos detentos e tornando acessível à população adquirir as peças. Toda a renda proveniente das vendas é integralmente repassada aos homens e mulheres encarcerados que produzem para o projeto.
Os produtos já foram expostos na feira na quinta edição do Bazar Três Pontos, em Araguaína, nos dias 6 e 7 de dezembro. Para o cientista político Frank Amorim, ter um espaço permanente facilita que os clientes do Bazar comprem os tapetes. “Desde que conheci o projeto, há três edições, faço questão de vir comprar tapete para usar na minha casa e para presentear pessoas, porque ideias como esta devem ser incentivadas”, declarou.
O reeducando Nielson Soares Carvalho, 22, comemora o sucesso do projeto. “Com o reforço nas vendas através do Bazar Três Pontos, pude completar um dinheiro para comprar uma antena parabólica”, declarou, acrescentando ainda que se diz surpreso por ter aprendido a fazer crochê na cadeia. “Eu nunca imaginei que faria um trabalho como este, mas hoje tenho prazer e facilidade em ensinar meus colegas, já até doei linhas para ajudar alguns a começar. Aqui estão me mostrando que eu tenho uma oportunidade, isto dá vontade de mudar. Preso precisa é de ressocialização, não de agressão e brutalidade”, enfatizou o reeducando.
Participação
Os resultados positivos do Bazar Três Pontos podem ser verificados na efetiva participação dos reeducandos. Na unidade feminina, em Babaçulândia, passou de 53% para 95% a participação das mulheres no projeto, implantado em junho deste ano naquela unidade. Já na unidade masculina, em Wanderlândia, 80% dos homens já confeccionam artesanato, os quais passaram a integrar o Bazar Três Pontos desde o mês de outubro deste ano.
(Keliane Vale)
