Quando não voltam para suas próprias casas, as crianças esperam pela adoção
Fazer uma criança feliz, garantindo a elas um futuro melhor e seguro. Este é um dos objetivos da Casa de Acolhimento Ana Caroline Tenório Lima, um orfanato mantido pela Prefeitura de Araguaína. A Casa já acolheu mais de 400 crianças e adolescentes, entre zero e 18 anos, que viviam em situação de risco ou de vulnerabilidade social. Atualmente, 23 funcionários trabalham na Casa para cuidar dos 19 internos que aguardam para retornar para suas casas em segurança ou pela adoção.
Muitas dessas crianças e adolescentes estavam expostas às drogas, ao abandono pelos pais biológicos ou responsáveis, maus tratos, violência doméstica, abuso físico e sexual, negligência, dentre outros fatores que as colocavam em risco de morte. “Muitas chegam aqui com sinais claros de maus-tratos, abandonadas e abaladas emocionalmente. Ao entrarem na Casa damos todo o suporte para que elas se sintam em um verdadeiro lar”, disse a coordenadora da Casa, Alessandra de Oliveira.
Acolhimento
Depois que chegam ao novo lar, encaminhadas pelo Juizado da Infância e Juventude e pelo Conselho Tutelar, as crianças começam a vislumbrar uma vida melhor, ao receberem carinho, amor, cuidados, respeito, atenção e muita solidariedade de todos os funcionários da Casa. Eles ajudam a construir futuro melhor para os internos que tiveram seus direitos violados principalmente dentro de suas próprias casas.
Entre os profissionais que trabalham na Casa estão pedagogos, psicólogos, assistentes e auxiliares administrativos, motoristas, cuidadores, vigilantes, serviços gerais, cozinheiras e coordenadora.
Rotina
Com o objetivo de desenvolver a responsabilidade dos internos, a rotina do abrigo é a mesma de uma casa normal, com tarefas, direitos e deveres iguais para todos. Além disso, no dia a dia, as crianças vão à escola e desenvolvem outras atividades como inglês, natação, coral, capoeira, futebol, passeios a chácaras, clubes e cinema.
Hoje, a Casa de Acolhimento Ana Caroline precisa de pessoas para apadrinhamento: os colaboradores, que ajudem a desenvolver atividades diversas como o ensino extracurricular; os afetivos, que levem as crianças para passeios, diversão e os provedores, para pagar aulas de inglês, dentre outras atividades realizadas pelos pequenos.
Sonhos
Mas o sonho de voltarem a viver uma vida normal na convivência de suas próprias famílias continua ainda a ser a esperança das crianças. Quando não conseguem retornar a seus lares de origem, o jeito é permanecer na Casa de Acolhimento até completarem 18 anos de idade. Enquanto esperam o tempo passar, elas aguardam ansiosas uma possível adoção que, muitas vezes, não chega.
“Eles sonham com dias melhores, uma família. Muitos ficam tristes quando vêem algumas crianças saindo daqui adotadas e eles ficando ainda à espera de alguém. Isso é muito triste”, disse a coordenadora da Casa.
Como adotar
Para adoção, os interessados devem ir ao Juizado da Infância e Juventude para se habilitarem e entrarem para o Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Depois, uma equipe técnica analisa a ficha do interessado para identificar o perfil da criança desejada para a adoção.
Quem pode adotar
Maiores de 21 anos, independente do estado civil; o adotante deve ser 16 anos mais velho que o adotado. Já a autorização é do juiz responsável pela adoção.