Dados oficiais comprovam que produtores protegem meio ambiente, afirmam dirigentes da Aprosoja em seminário no Matopiba

Dados oficiais comprovam que produtores protegem meio ambiente, afirmam dirigentes da Aprosoja em seminário no Matopiba

Após apresentação de dados oficiais da Embrapa chancelados por estudo da Nasa, a agência espacial norte-americana, sobre produção sustentável no Brasil, produtores rurais e lideranças do setor reagiram com veemência a críticas relacionadas aos agricultores sobre a preservação do meio ambiente no país. “Nós somos produtores e protetores do meio ambiente. Além de ser economicamente viável, a soja é social. Melhora a vida das pessoas. O IDH onde não havia produção era baixo. Hoje, desenvolveu”, afirmou Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) durante o seminário “Soja Responsável – Produzindo Com Sustentabilidade Ambiental” realizado na tarde dessa segunda-feira, dia 15, na Assembleia Legislativa do Estado, em Palmas (TO).

Sem citar nominalmente, o dirigente criticou organizações não-governamentais e empresas que tentam denegrir a imagem dos produtores brasileiros. “Estamos abertos ao debate. As entidades estão bem preparadas. Temos a parte técnica. Nós somos exemplo para o mundo. Os europeus não têm condição de falar nada de nós. Eles têm que nos valorizar. Vocês dão parte de suas propriedades para a preservação ambiental”, disse. “A Embrapa mostrou os dados. Isso aqui é ciência, não é informação vaga. É dado da Embrapa e da Nasa”, complementou.

Entre os muitos dados apresentados pelo supervisor do Grupo de Gestão Territorial Estratégica da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti Amaral Castro, em palestra durante o seminário, um chamou a atenção: produtores rurais brasileiros preservam mais de 219 milhões de hectares de suas propriedades, o que corresponde a R$ 2,3 trilhões em área. E mais: total de 51.576.705 de hectares no Brasil, 66,3% é dedicado a áreas de preservação e proteção de vegetação nativa, terras devolutas e imóveis não cadastrados. Desse total, 30,2% se referem a pastagens nativas, pastagens plantadas, lavouras e florestas plantadas. Já 3,5% se referem a infraestrutura, por exemplo.

Em seu pronunciamento, o presidente da Aprosoja Tocantins, Maurício Buffon, reafirmou que os produtores atuam dentro da legalidade e respeitam o Código Florestal Brasileiro. “Não vamos fugir desse debate de maneira alguma. O produtor preserva e preserva muito bem. O agro é legal, atua dentro da legalidade. Os números provam que os produtores destinam milhares de recursos para preservar”, declarou. “Respeitamos a legislação vigente, preservando 35% da área de produção nas propriedades, áreas de reservas legais. Isso mostra a responsabilidade ambiental para o desenvolvimento do agronegócio sustentável.”

MANIFESTAÇÃO DE APOIO

Durante o encontro, que contou com presidentes de Aprosojas de pelo menos seis Estados,  os agricultores receberam apoio de autoridades locais. “Temos a obrigação de discutir  a legislação”, afirmou o governador em exercício do Tocantins, Wanderlei Barbosa.  “Crédito e infraestrutura adequada são fundamentais para que o produtor possa produzir mais e melhor. O Tocantins só vai crescer com a força do agronegócio e o turismo”, disse o deputado estadual Ricardo Ayres, que representou a Assembleia Legislativa.

Após assistir a palestra do membro da Embrapa, o secretário de Agricultura do Tocantins, César Halum, reforçou a tese de defesa dos produtores. “Esses números encorajam o produtor. Ao conhecermos os números, temos a capacidade de argumentar e convencer. São dados enriquecedores para todos da cadeia produtiva”, afirmou. 
Segundo ele, o Estado deve produzir 4,7 milhões de toneladas de grãos nesta safra e que nos últimos 30 anos o Tocantins registrou crescimento de 560% na área plantada de soja e 760% na produção. “Estes números mostram o potencial de crescimento, agora necessitamos industrializar a soja no Tocantins, visando melhor arrecadação e geração de emprego no Tocantins”, disse.  “Aqui respeitamos a legislação que já é rígida. Nosso desafio é produzir e preservar”, completou.

Secretário de Estado do Meio Ambiente do Tocantins, Renato Jaime, presente no evento, afirmou que o desafio da pasta é “trabalhar dentro da lógica da razoabilidade”. “Política pública se constrói com alianças, a palavra correta é o diálogo.”

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