Para Eristela Pereira dos Santos, moradora da cidade de Porto Nacional, se tornar mãe foi a realização de um grande sonho que ela sempre teve como mulher. Há quatro anos ela deu à luz seu primogênito e relata que nos primeiros dias da descoberta da gravidez mal conseguia dormir de felicidade.
“Hoje me sinto realizada como mulher. Passei muito tempo tentando me tornar mãe. Quando me casei meu marido já tinha duas filhas, que foram morar conosco. Me senti tão feliz! Uma delas era bem bebezinha e aprendeu a me chamar de mãe. Depois vieram os meus dois meninos. Quando eu engravidei pela primeira vez eu segurava aquela primeira imagem do ultrassom e olhava o tempo todo sem acreditar que eu ia ser mãe, que eu ia ter um bebê. Eu dormia com a ultrassom do lado da cama, segurava, olhava, dormia, acordava, olhava de novo”, conta.
Há 40 dias Eristela se tornou mãe pela segunda vez. Seu bebê, o pequeno Eliabe Caleb, nasceu no sexto mês da gestação e desde então está internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da Intensicare no IOP, em Palmas. “Ser mãe é algo muito gratificante, é um dom grandioso que Deus nos dá. Embora eu tenha tido dois partos prematuros, pois meu primeiro filho também veio antes da hora e precisou ficar na UTI, eu fico ainda mais realizada em saber que fui mãe duas vezes de cada filho meu, porque eles lutaram pela vida. Meu filho mais velho hoje tem 4 anos e está ótimo e meu segundo bebê, que está na incubadora, está se recuperando. Ser mãe na UTI é difícil. Eu estou ali vendo meu filho, estou ao lado dele, mas não posso cuidar como todas as mães. Mas vejo esse momento como uma tempestade que vai passar. Sei que no final dessas dificuldades meu filho estará comigo”, relata.
Aprendendo a ser mãe
Myllena Pereira de Carvalho, que mora em Palmas, teve seu primeiro filho há 35 dias. O bebezinho está internado na UTI após ter nascido prematuro, aos sete meses da gestação. “No começo foi muito difícil. O impacto da notícia de ter que tirar o bebê da barriga, pois tive um parto induzido, de saber que ele ia nascer e eu não poderia levá-lo para casa de imediato, porque ele precisava ir para a UTI, foi bem difícil na primeira semana. Depois meu coração foi acalmando, conhecendo a equipe médica, vendo que ele está recebendo o melhor atendimento, aí a gente se acalma mais. Mas deixar um filho no hospital e ir para casa de braços vazios é complicado”, diz.
Emocionada, Myllena conta sobre a descoberta da maternidade. “Descobri que estava grávida no quarto mês. Então o tempo de gestação foi pequeno. Ele não foi planejado, mas foi muito bem vindo, desejado. A gente vai aprendendo a ser mãe. Quando eu falo sobre isso, eu choro (risos e lágrimas). Me tornar mãe é uma parte muito grande da minha vida hoje como pessoa, como mulher. Digo que é uma grande descoberta. Quando você olha para aquele pequeno ser humano você se descobre mãe. É um amor que não tem como explicar. Você deixa de ser um pouco mulher e passa a ser mãe. Hoje me preocupo mais com ele do que comigo”, explica.
A força da mulher
Na Capital, diariamente, dezenas de mulheres acabam tendo que abrir mão da vida profissional e até deixar um pouco de lado a vida pessoal para acompanhar o crescimento dos filhos na UTI Neonatal. Mulheres que enfrentam o medo, vencem dificuldades e carregam para suas vidas a alegria da vitória e da superação.
“Para as mulheres que são mães, assim como eu, com seus filhinhos na UTI, quero que saibam que tudo passa. É uma batalha que enfrentamos, mas vamos vencer. Sempre temos que ter fé, de que tudo vai dar certo, porque dá certo no final. Como mulher não precisamos ser fortes o tempo todo. Devemos viver de verdade tudo que estamos passando: rir, chorar, sermos sinceras com nós mesmas, sentir o que estamos sentindo”, pontua Myllena.
Lembrando o Dia da Mulher, celebrado nesta quinta-feira, 8, Eristela diz que o segredo para vencer as dificuldades é manter sempre a esperança. “Neste Dia da Mulher o que posso dizer para tantas outras mães que passam pelo que estou passando, com seus bebês na UTI, é que não percam a esperança, tenham fé, encontrem forças em Deus, na família, na equipe médica, porque no final é assim que conseguiremos sair com nossos filhos em nossos braços, saudáveis. Fé e esperança sempre, por mais difícil que seja a batalha”, reflete.
(Carlla Morena)