Cerca de 400 pessoas participaram, em Araguaína, de um evento que buscar diminuir demandas dos vários tipos de deficiências
“Eu prefiro servir do que ser servido. Para isso, eu preciso ser independente e não sou, assim, acabo sendo servido mais do que sirvo”, relatou o advogado Marques Elex Silva Carvalho, 48 anos, que é cego. Ele participou da 6ª Caminhada das Pessoas com Deficiência, que reuniu mais de 400 pessoas na manhã desta sexta-feira, 7. O evento percorreu a Avenida Prefeito João de Sousa Lima, entre o estacionamento da Feirinha e a Praça das Bandeiras, no Bairro São João.
Para o advogado, muitos avanços desde sua formação universitária, quando fazia prova oral e datilografada, mas explica que a acessibilidade ainda precisa evoluir. “No meu trabalho, eu preciso ler os processos e para isto o documento precisa ser enviado em formato que o leitor de telas consiga identificar. O que não acontece com frequência. Eu perco muito tempo para fazer essa modificação, logo, não tenho a mesma oportunidade que outros profissionais”, exemplificou.
A demanda do advogado vai de encontro ao tema desta edição da caminhada: “Acessibilidade não é só rampa”. O evento tem apoio da Prefeitura de Araguaína na organização e segurança nas vias e locais públicos. A promoção da caminhada é realizada pela Associação das Pessoas com Deficiência de Araguaína (ADA) e Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Araguaína (CMPD).
Direitos garantidos
Os deficientes podem contar com diversos atendimentos ofertados pelo Município nas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social. Como no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro-Dia, Clínica Escola Mundo Autista, Central de Interpretação de Língua Brasileira de Sinais (CIL) e Núcleo de Apoio Pedagógico aos Deficientes Visuais de Araguaína.
Araguaína é o único município do Tocantins que tem uma CIL, prestando atendimento a mais de mil pessoas por mês. Também conta com professores surdos e interpretes que oferecem capacitação aos servidores públicos da Saúde, Educação e Assistência Social. Além de contar com um veículo disponível para ajudar os deficientes auditivos no acompanhamento médico.
Também única no Estado, em funcionamento desde 2016, a Clínica Escola Mundo Autista atende 450 pessoas com algum grau de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e cerca de 200 usuários.
Infraestrutura na qualidade de vida
Araguaína também está investindo na mobilidade urbana, garantindo a acessibilidade de todos. Em 2018 foram instaladas mais 35 km de calçadas com acessibilidade, atendendo os setores Vila Aliança, Alaska, Senador, Central e São João.
E mais 20 km de calçadas acessíveis serão instaladas em 2019. Desde 2013 até o final deste ano, o Araguaína terá investido em mais de 120 km de calçadas com acessibilidade. Os setores Oeste, Aeroviário, Jardim Esplanada, São Miguel, Céu Azul, Itapuã, Maracanã e Universitário já contam caladas acessíveis.
E os setores Lago Azul 1, 3 e 4, Construindo Sonhos, Parque do Lado e Costa Esmeralda foram entregues com infraestrutura completa.
(Marcelo Martin/Foto: Marcos Filho Sandes)