Na quarta reportagem da série dos 61 anos de Araguaína, Edson Gallo rememora a época em que o acesso do povo ao lago era somente pela AABB e pelo extinto Clube Lago Azul
“A gente passa aqui aos sábados e domingo e fica se perguntando: ‘O que esse pessoal fazia antes da Via Lago? É tanta gente’, refletiu Edson Gallo, 54 anos. O advogado, escritor, professor e bancário é o quarto personagem da série que celebra os 61 anos de Araguaína, com histórias contadas por quem viveu as transformações do Município. Nesta edição, serão as histórias do acesso ao Lago Azul.
Edson também é presidente da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), clube que completou 45 anos de sua criação. “As histórias do clube e do lago se confundem. Em volta do lago só existiam chácaras e o motivo de construir o clube foi para socializar o lago com os funcionários do banco e comunidade. Não era tão rigoroso para entrar e muita gente vinha passar o final de semana aqui”, contou. À época, o público tinha acesso somente pela AABB e pelo extinto Clube Lago Azul.
Mas tanto para chegar ao clube quanto para descer da sede até às margens do lago “era uma aventura”. “O acesso era difícil para chegar até aqui e até o lago era no meio do mato. Lá tínhamos um pear que ia até dentro da água, de lá o pessoal nadava e se atracava nos pés de coco que havia dentro da água”, lembrou Edson.
O lago e os sócios
A pior fase do clube foi quando o lago foi dragado e a falta de informação sobre seu retorno afastou o público. No contraste dessa época ruim, está o momento atual, que segundo Edson, tem atraído cada vez mais sócios. “A Via Lago ficou mais alta e quem passa por lá enxerga o clube, que muitos desconheciam. Hoje, a gente tem até pedidos para guardar barcos”, comentou.
Espírito guardião
Edson também conta que há uma lenda de um espírito que cuida das árvores e isto já foi até motivo de pânico no clube. “As árvores que estão plantadas aqui são anteriores ao clube, elas foram plantadas pela antiga dona, chamada Maria Bezerra. Se dizia que ela tinha mão boa para plantas e era muito ciumenta com elas. Nós tivemos dois funcionários que pediram demissão por terem visto ela saindo do lago e ter vindo aqui cuidar das plantas”.
História atual
Quase meio século depois, o presidente faz um balaço de como a Via Lago democratizou o local ao público. “Quando recebemos visitas temos um lugar para mostrar. A gente vê pelas redes sociais que quem morava aqui e ainda não viu ao vivo tem vontade de voltar para conhecer. É um lugar fantástico de reencontro e não há lugar melhor para ir à noite. Tem uma ótima brisa, é iluminado e seguro”, reforçou Edson.
(Marcelo Martin/Foto: Marcos Sandes)