FACIT, liderada por mulheres

FACIT, liderada por mulheres

A Faculdade de Ciências do Tocantins – FACIT faz parte de uma estatística promissora no Brasil. Em 2016, o número de empresas com mulheres na liderança chegou a 11%, contra 5% no ano anterior (2015).

E a instituição de ensino superior araguainense vai um pouco além: além das doutoras Angela Maria Silva e Carollyne Tiago Mota à frente da gestão, grande parte do quadro administrativo é formado por mulheres, assim como os docentes, alunos e a coordenação do curso de Odontologia, sob a responsabilidade da professora Tatiana Ramirez Cunha.

Há quase cinco anos com os cursos de graduação – Administração, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Odontologia – e pós-graduação, a FACIT já qualificou mais de 1000 pessoas, incluindo os cursos de extensão, atualização e técnico.

Presença certa no mercado

Gerir e liderar uma faculdade que tem um projeto de expansão bem definido não é um desafio tão difícil para a diretora geral, Drª. Angela. “A minha geração passou por um determinado período de incompreensão de gestão por parte de mulheres. Eu senti muito isso no início da minha carreira, mas hoje, não”.

E ela acrescenta: “Vejo que as portas estão se abrindo para as mulheres na área da gestão, principalmente porque as características próprias da mulher acabam sendo extremamente eficazes para qualquer negócio e o mercado está aí para provar isso”.

Flexibilidade, sempre

A coordenadora do curso de Odontologia, professora Tatiana, considera bastante positivo atuar em uma faculdade conduzida por mulheres. “Eu gosto muito de trabalhar com mulheres na liderança, porque nós nos entendemos bem. E eu percebo que, aqui na FACIT, as mulheres que estão à frente sabem o que querem, onde querem chegar e buscam de todas as formas possíveis os meios para alcançar esses objetivos. Elas não ficam presas a uma ideia única, tradição ou ideologia”, afirma a coordenadora.

A mesma opinião é compartilhada pela responsável pelo departamento de Recursos Humano, Valéria de Almeida Lopes. Para ela, existe diferença em trabalhar em empresas geridas por homens e mulheres.

“Na posição de colaboradora, eu sinto uma facilidade maior de comunicação com as gestoras. As mulheres, em geral, são mais atenciosas. Querendo ou não, os pensamentos são bem próximos. Se for preciso resolver um problema, sempre há o diálogo para saber quais são os caminhos mais viáveis. É uma comunicação mais aberta”, conta.

Mas as diferenças vão um pouco mais além, segundo a diretora financeira da FACIT, Dra. Carollyne. A sensibilidade de enxergar as situações como um todo é a principal delas.

“Existem regras e serem seguidas na nossa área, e fazemos isso à risca, mas a mulher consegue perceber determinadas situações e não ser tão agressiva no cumprimento das regras, não é a ferro e fogo”.

Humanidade

Na FACIT, um dos elementos mais característicos da mulher usados na gestão é o primor pela humanização das relações. “Acho que o principal é que conduzimos a FACIT com amor. A mulher tem essa marca de demonstrar mais o sentimento, sabe? Às vezes, a gente fala a mesma coisa que um líder homem, mas é mais sutil, como na hora de dar uma bronca, por exemplo”, reforça Drª. Carollyne.

Até na hora de mostrar o poder de decisão, a mulher tende a ser mais democrática. A professora Tatiana conta que, em diversas situações de discussão de determinados assuntos, antes de bater o martelo, várias opções são consideradas.

“Nós divagamos mais, buscamos informações de diferentes pontos. A mulher tem a característica da adaptação, da maleabilidade, porque ela se adapta diariamente ao trabalho, ao marido, filhos, à família”, diz a coordenadora.

Ambiente familiar

Dra. Angela também destaca um ponto importante que colabora com o sucesso da FACIT. “No lado da Educação, eu acho até mais fácil a mulher estar inserida na gestão, porque sempre existiu a figura feminina no processo educacional, é algo muito forte. Por isso, eu não vejo tantas barreiras nesta área, até porque, mesmo que o diretor ou o reitor seja homem, quem fica à frente da área pedagógica geralmente é a mulher”.

Empatia

“A mulher tem essa capacidade da resiliência, da tolerância. A gente consegue enxergar as fragilidades, ver o outro de uma maneira mais humana. A gente consegue entender uma TPM, uma mãe que está com o filho doente em casa, uma crise conjugal”, pontua Dra. Angela.

E são essas características que fazem da FACIT uma instituição diferenciada e em franca expansão. E conforme gosta de frisar a diretora, na lida diária com professores, colaboradores e alunos, as gestoras sempre buscam a possibilidade de criar pontes entre as pessoas, prezando sempre pela confluência e não divergência.

“Damos o tempo de cada um na recuperação de seus eventuais defeitos. É uma característica da mulher não querer perder ‘suas crias’. Eu não desqualifico pessoas, apenas qualifico. Enxergamos valores como lealdade, honestidade, dignidade além de uma competência administrativa”, ressalta a diretora.

 

(Fotos: Ricardo Sottero)

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