Os cursos de Administração e Odontologia da Faculdade de Ciências do Tocantins – FACIT levaram um conhecimento diferenciado para os acadêmicos na última semana. Com o intuito de despertar os acadêmicos para o exercício da cidadania, tornando-os agentes transformadores de realidades, a doação de sangue e de medula óssea foi o tema repassado pelos profissionais do Hemocentro de Araguaína sob a forma de palestras e ações efetivas junto à comunidade.
Mão na massa
O projeto “Educar para Salvar”, coordenado pelo professor Jean Pierre Chassot e desenvolvido pelo primeiro período do curso de Administração, em parceria com o Hemocentro Regional de Araguaína, tem por propósito conscientizar e sensibilizar a comunidade acadêmica sobre a doação de sangue, medula óssea, órgãos e tecidos para transplantes.
Neste sentido, no último sábado (7), os alunos colocaram a mão na massa e distribuíram panfletos informativos para os motoristas da região comercial da cidade. A ação foi acompanhada pelo coordenador do curso de ADM, Vagner Ribeiro, pelos professores Jean Pierre Chassot e Marcelo Molina e por servidores do Hemocentro.
De acordo com o professor Jean Pierre, houve um trabalho de lapidação dos alunos para que, antes de levar a informação até a sociedade, eles mesmos tomassem consciência da nobreza da atitude de doar. “Ações como essa são importantes, considerando que a dimensão social representa a tomada de consciência de uma sociedade, que deve compreender que, para atender a demanda de transfusão e transplantes de uma forma universalizada, é necessário que o cidadão entenda que a doação não é apenas um ato solidário, mas, sobretudo, um ato de responsabilidade, formando-se, assim, uma corrente de agentes multiplicadores e disseminadores da importância social da doação”.
A aluna Kethle Santos ficou satisfeita em participar da ação e já garantiu que se tornará uma doadora regular. “Uma única doação pode salvar várias vidas. A gente não faz ideia da importância deste ato tão simples. Também nunca saberemos se amanhã um de nós estará na situação de precisar de sangue ou algum familiar nosso. Por isso é preciso colocar isso na cabeça das pessoas”, afirmou a acadêmica.
Continuidade das ações
Na próxima quinta-feira, dia 12, às 14 horas, acontecerá a última etapa do projeto Educar para Salvar. Alunos e colaboradores irão até o Hemocentro para efetivar a doação de sangue. “Aproveitamos a oportunidade para convidar toda a comunidade para participar deste Dia D da campanha”, informou o professor o Jean.
Conhecendo mais sobre a doação
Antes de ir para a rua, os alunos participaram de uma palestra, no dia 5, com profissionais do Hemocentro. Na conversa, a técnica em captação, Wessilane Oliveira, passou detalhes sobre os critérios de doação e fez questão de acabar com mitos que ainda atrapalham muito o Hemocentro. “O doador não engorda após as doações e o sangue nem engrossa e nem afina. Doar é um ato de amor, um ato solidário e só há benefícios envolvidos”, salientou a servidora.
Aindano dia 30 de abril, durante o evento FACIT Aberta, ocorreram atividades de conscientização junto aos participantes do projeto, assim como a coleta de material biológico para cadastro junto ao Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea – REDOME.
Atualmente, o Hemocentro de Araguaína está com o estoque 80% abaixo do ideal. Falta sangue de todos os tipos, mas a maior demanda é para O positivo e O negativo. A unidade ainda é responsável por abastecer hospitais da região de Guaraí até o Bico do Papagaio, por isso a responsabilidade é ainda maior.
Medula óssea
Já os alunos do primeiro período de Odontologia também abraçaram a campanha e acompanharam uma palestra sobre o cadastro de doadores de medula óssea no dia 6. A atividade foi dividida em dois momentos. No primeiro, a palestra ministrada pela enfermeira do Hemocentro, Chiara Stela Sousa, visou sensibilizar os alunos para mais este ato solidário em prol de quem necessita de transplantes. “Araguaína é uma cidade que recebe pessoas de todas as partes do país, por isso precisamos muito ampliar o cadastro de doadores”, enfatizou a enfermeira.
Os acadêmicos também acompanharam a exibição de uma reportagem mostrando os casos de sucesso e insucesso de pessoas que buscavam doadores compatíveis de medula óssea e o tempo de espera na fila de transplantes.
Já na segunda etapa, os alunos se voluntariaram para compor o REDOME e tiveram 5 ml de sangue coletados para cadastro. A estudante Andressa da Silva Araújo foi uma delas. “Esta foi a primeira vez que tive acesso a essas informações. A palestra me sensibilizou muito. Confesso que tinha medo de doar, mas agora a vontade ajudar é maior”.
De acordo com a professora Amanda Rocha Mortoza, a ideia da ação foi despertar o lado solidário nos alunos e também estabelecer uma relação com as disciplinas de Genética e Bioquímica. “Por estarem se preparando para serem profissionais da saúde, eles precisam ter essa consciência e colaborar da maneira que puderem”, pontuou a professora.
(Foto: João Neto e Ricardo Sottero)