Os internos tiveram a oportunidade de produzir sons com flauta e tambor, além disso criaram peças artesanais como filtro de sonhos. A oficina faz parte do Projeto Nacional Seara Lúdica, que percorre comunidades do Brasil
Internos em tratamento de dependência química na Comunidade Terapêutica Vida Nova tiveram a oportunidade de participar da oficina de terapia musical do Projeto Nacional Seara Lúdica. Instrumentos como flautas e tambores chamaram a atenção dos internos. Curiosos, já antes de começar a oficina, sem receio arriscaram emitir alguns sons. Hoje, dia 19, e amanhã, 20, a partir das 17 horas, o projeto estará no Parque Cimba, com oficinas gratuitas de composição de fotografia e atividades com flautas.
De acordo com o jornalista e arte-educador Antônio Rezende, o encontro foi bastante produtivo. “Percebi que eles ficaram felizes com os trabalhos artesanais. Emitiram sons com os instrumentos e aprenderam também a produzir filtros dos sonhos como peça decorativa. Eles podem até vender para renda do local”, disse.
Rezende acrescentou que a música intuitiva é uma forma de distração. “Até o assovio, quando você canta ou toca tem um encontro com você mesmo, com o seu espírito, você não tem máscaras, é um ser musical”, destacou.
Internos
Élcio do Nascimento, de 41 anos, ficou fascinado com os instrumentos. “Quero aprender a fazer uma flauta dessas. Aqui já temos a natureza para contemplar imagine com uma flauta dessa pra tocar no fim de tarde”, disse.
Nascimento está na Comunidade há quatro meses e relatou que está feliz, que as oficinas ajudam ele na recuperação e que nem sente falta de tóxicos.
João Morais, de 51 anos, foi eleito o cozinheiro da comunidade por saber fazer muita comida gostosa. “Eu adiantei o almoço e vim participar da oficina, quero aprender a tocar”, disse.
Projeto
O Seara Lúdica percorre as comunidades do Brasil com a Kombi Miliquinha. Um dos objetivos do veículo itinerante é disseminar a música intuitiva, a literatura, as artes visuais e o artesanato como elementos de entretenimento, socialização humana e fonte de renda para as comunidades.
A Kombi foi batizada de Miliquinha por ser adquirida por Antônio Resende em um leilão do Exército Brasileiro. O carro tem teto que se eleva, toldo lateral, acessórios e equipamentos eletrônicos. Com isso, ganhou funções de lojinha de artesanato, de laboratório de produções culturais e de espaço para oficinas, exposições e apresentações artísticas.
Comunidade
Fundada em 3 de fevereiro de 2014, a Comunidade Terapêutica Vida
A Prefeitura está finalizando ao lado da comunidade o primeiro Centro de Acolhimento Municipal para Tratamento de Dependentes Químicos de Araguaína.
(Gláucia Mendes/Fotos: Marcos Filho)