Conheça a história de moradores que viram em bairros recém-formados a chance de realizar o sonho de ter seu próprio negócio, movimentando a economia e criando novos empregos
Mercado, padaria e barraca de frutas e verduras. Esses são só alguns dos empreendimentos dos moradores dos novos bairros implantados nos últimos três anos, como Costa Esmeralda e o Lago Azul 3. Hoje, os novos bairros além de gerarem renda, na compra e venda de produtos para consumo próprio, também mostram que investir em habitação e moradia desperta o morador de Araguaína a mudar não só de endereço, mas também sua história no mercado de trabalho, investindo no próprio negócio, movimentando a economia e criando novos empregos.
Próprio negócio
“Sou apaixonado pelo Costa!”, foi assim que Estevão Bento, 45 anos, proprietário da padaria Trem Gostoso, referiu-se ao Setor Costa Esmeralda quando perguntado sobre seu dia a dia no bairro. Ex-morador de outros setores, como Entroncamento, Neblina e Eldorado, o proprietário viu no bairro que morava a família da sua mulher uma oportunidade de tocar o próprio negócio e deixar os tempos de vendedor de confecções no passado.
Mineiro e morador de Araguaína há cerca de oito anos, Estevão afirmou que cerca de 400 pessoas passam pelo estabelecimento e que encontra no bairro um sentimento de comunhão e harmonia. “O nome da padaria é uma expressão do meu estado de origem. Queria uma padaria que produzisse seus ‘trem gostoso’ e que também fosse lanchonete, para que esses moradores que saíram do aluguel pudessem frequentar”, disse.
No Lago azul 3, outro bairro recém-formado na cidade, a mudança de endereço também trouxe novidades na vida profissional do Washigton Wagner, proprietário de um pequeno mercadinho e conveniência. “Vem gente até do Xixebal e do Setor Caravelas comprar comigo”. Aos 36 anos, o proprietário contou que antes de investir no Lago Azul 3 passou boa parte da vida sendo frentista e hoje é conhecido como o ‘Dono do Mercadinho’.
“Os moradores falam que gostam daqui porque é um lugar mais perto deles e que se preocupa com o que eles precisam consumir”, comentou depois de fazer uma conta mental na cabeça e revelar que vê, por dia, cerca de 50 a 100 pessoas circulando por ali.
Renda
Com melancias à vista numa pequena barraquinha, na porta da própria casa, Edilson Mendes, de 48 anos, é morador do Costa Esmeralda há três anos, período que passou a morar no bairro. Com uma das mãos segurando o celular e a outra segurando a filha pequena, contou sobre precisar de um carro.
“Divulgo as frutas e verduras pelo meu zap aqui na porta da minha casa mesmo. Hoje, com a crise no país, mesmo eu tendo um curso de taxista, não dá para ficar parado, tenho a casa, mas preciso de um carro para dar um pontapé na minha vida, enquanto isso faço o que posso para me virar”, disse Edilson com esperança.
Sonho
Com o nome do mercado de Santo Antônio, o gerente Márcio dos Reis, de 38 anos, não esconde que adora o novo bairro onde trabalha com o amigo Sebastião, proprietário do lugar. “Quem vive aqui sabe, eu sou mais o Costa Esmeralda que o Centro da cidade, isso aqui virou uma grande família! Todo mundo se conhece, nós nos ajudamos! Fazemos uma coleta de cesta básica, bingos, mutirão pra exercícios físicos, vivemos esse lugar! ”, afirmou o gerente.
Da calçada, Márcio mostra à esquerda a academia ao ar livre e à direita o horizonte do bairro ainda verde, e conta como se estivesse sonhando que vê futuramente um potencial muito grande na história do novo bairro.
“Desse lado vejo pessoas, já registrei do meu celular, que fazem exercício até dez horas da noite, e do outro eu vejo futuramente uma via que vai tirar o fluxo movimentado do centro da cidade. O Costa será uma via principal, a pessoa vai cortar daqui e sair lá no setor Maracanã, muita gente que fala mal daqui, ainda vai ver isso!”, disse entusiasmado com a construção da Via Norte.
(Fernanda de Alcantara/Fotos: Marcos Filho)