Especialista do Grupo Oncologia D’Or fala sobre como o mapeamento genético pode ajudar na luta contra a doença
Afinal, o que causa o câncer? Segundo especialistas, a pergunta é uma das mais frequentes nos consultórios médicos. As causas da doença são variadas, podendo ser externas, quando envolve o hábito do fumo e a falta de atividades físicas; e internas, quando o sistema imunológico está comprometido ou há alguma predisposição genética. São raros os casos que se devem a fatores hereditários. Estima-se que represente uma média de 5% a 10% das ocorrências.
A prevenção é, sem dúvida, a melhor arma contra a doença, independente das causas para o seu surgimento. Pelo aconselhamento genético, por exemplo, é possível detectar mutações e marcadores genéticos associados à predisposição de desenvolver a doença. Trata-se de uma análise de risco. A oncogenética realiza esse mapeamento por uma profunda identificação na árvore genealógica do paciente.
Por meio de exames de sangue passados pelo oncogeneticista, é possível rastrear mutações genéticas associadas diretamente à incidência do câncer, mostrando a predisposição do paciente à formação de um tumor. Com o avanço da tecnologia, a ferramenta tem sido cada vez mais assertiva.
No Brasil, no entanto, os testes genéticos e o aconselhamento oncogenético ainda têm sido pouco explorados. Prova disso é o baixo número de especialistas na área no país. Segundo Cristiane Amaral, oncogeneticista da Acreditar, clínica do Grupo Oncologia D’Or em Tocantins, muitos pacientes a procuraram nos consultórios para um aconselhamento genético logo após o caso da atriz Angelina Jolie, que realizou um exame para detectar o risco de desenvolver um tumor nas mamas. “Foi então que decidi me especializar no assunto”, diz Cristiane Amaral. Hoje, a oncologista é referência em oncogenética no estado.
“Após o diagnóstico clínico, cabe ao oncogeneticista avaliar se o paciente deve fazer o exame genético ou não, e indicar quais genes deverão ser avaliados. Com o resultado em mãos, é possível definir condutas a serem tomadas em relação ao paciente. E, em determinadas situações, também apontar cuidados para os parentes de primeiro grau”, finaliza.