Os rumos do sistema prisional do Tocantins como pauta de encontro especial na Defensoria

Os rumos do sistema prisional do Tocantins como pauta de encontro especial na Defensoria

As dificuldades atuais, os projetos e os desafios para o Sistema Prisional do Tocantins foram os temas tratados em encontro nesta quarta-feira, 21, no gabinete do DPG – Defensor Público Geral do Tocantins, Marlon Costa Luz Amorim. Ele recebeu visita da nova presidente da Agência de Proteção e Defesa Social, Gleidy Braga, acompanhada do diretor do Sistema Penitenciário e Prisional da Agência, Gilciedson Tavares. A reunião contou ainda com a presença do subdefensor público geral, Alexandre  Augustus El Zayek.

Na ocasião, a presidente apresentou um diagnóstico geral da situação do sistema prisional, um relatório das atividades já desenvolvidas nestes primeiros dias da gestão e solicitou parceria da DPE-TO- Defensoria Pública do Estado do Tocantins nos projetos da Agência de Proteção e Defesa Social.

O Defensor Público Geral colocou a Instituição à disposição da presidente para contribuir com a melhoria das políticas públicas para o sistema prisional e reforçou sobre os projetos e iniciativas da DPE-TO para a área. “O Tocantins tem grandes chances de ser um estado modelo para o sistema prisional, mas ainda é necessário avançar muito. A Defensoria tem um trabalho atuante de acompanhamento dos presos e são muitas as dificuldades relatadas nas unidades prisionais”, descreve o Marlon Amorim, ao comentar as condições atuais da estrutura e regime prisional.

O Subdefensor Público Geral complementou que o sistema prisional tem características próprias e exige uma solução adequada para que se torne um sistema eficiente, dentro de um Estado Democrático. “Um pai que não paga pensão alimentícia é colocado na mesma cela que um traficante. Desta forma, esse pai e também a sua família acabam tornando-se refém desse traficante”, exemplifica El Zayek.

Prioridade

Ao todo são 42 unidades prisionais em todo o Estado. Desde 2005 com a construção do presídio Barra da Grota, não se constroem novas estruturas para o sistema e só existe Case – Centro de Atendimento Socioeducativo em Palmas, conforme informou o diretor da Agência, Gilciedson Tavares.

O DPG lembrou que, nos dois últimos anos, a Defensoria Pública entrou com várias ações contra o Estado em benefício do sistema prisional, desde ações básicas para a falta de produtos de limpeza até questões mais complexas relacionadas ao bem-estar dos presos e segurança. Marlon Amorim destacou ainda a importância de se discutir a prevenção e projetos que oportunizem que os reeducandos seja ressocializados.

A presidente concordou com a discussão e alegou que o Sistema Prisional do Tocantins ainda é deficitário. Segundo ela, projetos de regionalização da gestão destas unidades, assim como a construção de novas unidades são metas do atual Governo. “Queremos retomar a construção de um Case em Araguaína e construir novas unidades prisionais. O governador Marcelo Miranda já anunciou que Segurança Pública, Saúde e Educação são prioridades neste Governo e a presidência da república também já adiantou que esta é uma das prioridades da gestão”, declarou Gleidy Braga.

Desafios

O Defensor Público Geral reforçou o interesse da Defensoria Pública do Tocantins em ser parceira da Agência de Proteção e Defesa Social, colocando a equipe à disposição para palestras, seminários, audiências públicas e ainda na atuação direta aos Assistidos.  “Podemos nos tornar um Estado modelo para o sistema prisional no Brasil e a nossa intenção é contribuir com esta parceria”, alegou Marlon Amorim.

De acordo com a presidente, são muitos os desafios, mas a meta é disponibilizar um sistema prisional a serviço de toda a sociedade, fundado nos princípios de humanização da pena, por meio do empenho do Governo do Estado e de todas as instituições parceiras.

Ao término do encontro, o Defensor Público Geral entregou à presidente e ao diretor cópias do documentário “Pelo Direito de Recomeçar”, uma iniciativa da DPE-TO, que traça o ‘raio-x’ do sistema prisional do Tocantins. O documentário apresenta à sociedade a realidade carcerária do Estado: problemas, políticas desenvolvidas ou a falta delas, exemplos de sucesso, alternativas de ressocialização de detentos e a opinião de especialistas sobre o tema.

Atuação

São diversas as ações da Defensoria Pública do Tocantins voltadas para o sistema prisional. O NADEP – Núcleo Especializado de Assistência e Defesa ao Preso é a principal delas, com demandas referentes a direitos específicos ou gerais de presos, como os Mutirões de Atendimento realizados na Capital e interior. A principal missão do NADEP é o fortalecimento da Instituição nas políticas de atendimento e defesa aos presos, cabendo-lhe o dever institucional de informar ao Núcleo de Direitos Humanos sobre a ocorrência de qualquer violação aos direitos dos presos.

A atuação do setor Serviço Social Criminal é outra importante ação da Instituição. Por meio dele, a DPE-TO realiza, semanalmente, inspeção nas cadeias públicas, palestras educativas, rodas de conversa e visita domiciliar; além das demandas frequentes, como acompanhamento sociojurídico, inserção do reeducando no mercado de trabalho, orientação e procedimentos com a Carta de Emprego, busca ativa de 2º via de documentação; missas mensais (parceria com a Pastoral Carcerária) e campanhas de vestuário, alimentos , kit de Higiene, kit bebê e outros.

Projeto em Execução:

Bazar Três Pontos em Palmas (2013 até a presente data);

Bazar Três Pontos no Polo de Araguaína e Tocantinópolis (2014 até a presente data);

Bazar Três Pontos com Barraca fixa na Feira do Bosque aos domingos (2014 até a presente data);

Exposição do Bazar Três Pontos mensalmente em Workshop a convite de órgãos públicos, seminários, feiras e outros:

Inserção do reeducando no Mercado de Trabalho (2014 até a presente data);

(Cinthia Abreu)

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