A Polícia Civil do Tocantins divulgou na manhã desta quinta-feira, 8, os nomes dos suspeitos do assassinato do jornalista Francisco Mateus Júnior, ocorrido provavelmente na manhã do último sábado, 3. O corpo do jornalista foi encontrado em uma estrada vicinal, próximo ao município de Lajeado, a 60 km de Palmas, após os policiais efetuarem a prisão de quatro suspeitos na noite dessa quarta-feira, 7. Mateus Júnior chegou ao Tocantins ainda na década de 90 e possuía mais de 20 anos de serviços prestados em diversos órgãos e veículos de comunicação tocantinenses, além de ter sido titular da Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secom) no início desta década.
De acordo com os delegados Jeter Aires Rodrigues e Vinícius Mendes de Oliveira, cerca de 15 policiais civis participaram da operação na busca dos suspeitos, tão logo foi registrado o boletim de ocorrência acusando o desaparecimento do jornalista. Também fez parte da equipe a delegada Liliane Albuquerque de Amorim. Todos os policiais envolvidos na operação atuam na Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic), em Palmas. Um laudo com as causas da morte do jornalista e ex-secretário deverá ser entregue em um prazo de dez dias.
Segundo o delegado Vinícius Mendes de Oliveira, os suspeitos foram localizados no município de Nova Rosalândia, a 115 km de Palmas. No local, a polícia prendeu três jovens e uma moça, sendo que um quinto suspeito teria fugido do local no momento do flagrante. “Os suspeitos são jovens ente 18 e 24 anos, com antecedentes criminais, sendo que um deles possuía contato de amizade com o jornalista”, afirmou. O delegado disse que o carro do jornalista teria sido abandonado no município de Porangatu (GO), por pessoas ligadas aos suspeitos, a fim de atrapalhar as investigações da polícia.
Crime
De acordo com as informações dos delegados, o crime teria acontecido na manhã do sábado, 3. Segundo o relato dos presos, o jornalista teria frequentado bares na região norte da Capital, na noite anterior ao crime, na companhia de alguns deles, e depois teriam ido para a casa da vítima. Na residência, de acordo com a Polícia Civil, os suspeitos teriam observado o padrão econômico do jornalista, momento em que, com uma arma de fogo, teriam anunciado o assalto, rendido e amarrado Mateus Júnior. Os relatos afirmam que, por ser asmático, o jornalista solicitava que os bandidos, a cada cinco minutos, lhe ministrassem medicamento oral para asma. Em determinado momento, Mateus teria gritado por socorro, momento este em que um dos suspeitos teria o amordaçado. Os presos contaram que, algum tempo depois, o jornalista teria desfalecido, supostamente por falta da medicação, momento em que eles o colocaram no porta-malas do próprio carro e deixaram o corpo, já sem vida, em uma estrada vicinal, próximo da cidade de Lajeado, cobrindo com vegetação nativa para esconder o cadáver.
O delegado Vinícius Mendes acrescentou que, na residência do jornalista, o grupo teria roubado uma televisão de LED, roupas e produtos alimentícios. “Chegaram a fazer um churrasco com parte da carne roubada na residência”, afirmou.
Despedidas
Tão logo foi registrado o desaparecimento de Mateus Júnior no início da semana, amigos e colegas de profissão passaram a compartilhar textos demonstrando a angústia sobre seu sumiço, em diversas redes sociais. Um grupo de discussão via mensagens de celular chegou a ser criado para troca de informações, a esperança era de que o jornalista fosse encontrado com vida.
Após a constatação de sua morte, muitas foram as mensagens de revolta, dor e despedida pela morte do amigo e colega de profissão. Nordestino de Itaporanga (PB), Mateus Júnior tinha 46 anos de idade. Cursou Jornalismo na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), na cidade de Campina Grande.
Com mais de 20 anos de ofício dedicados ao Tocantins, Mateus Júnior foi duas vezes chefe da assessoria de imprensa da Prefeitura de Palmas, secretário de Estado da Comunicação Social, assessor parlamentar e esteve à frente de núcleos de comunicação de diversas entidades presentes no Estado, além de ter contribuído em diversos veículos impressos do Tocantins, como também em agências de publicidade e marketing político.
Neste momento de luto e profundo pesar, toda a equipe de repórteres, fotógrafos, cinegrafistas, assessores e servidores administrativos da Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secom), se compadece com a perda irreparável deste que foi um grande jornalista e estrategista em comunicação, que escolheu esta terra para viver e foi recebido com muito amor pelo Estado do Tocantins.
(Wherbert Araújo)