Carreta da Saúde atende cerca de 500 pessoas em Araguaína

Carreta da Saúde atende cerca de 500 pessoas em Araguaína

Durante a ação, a equipe diagnosticou um total de sete casos confirmados no município

Durante a Semana de Intensificação no Diagnóstico da Hanseníase, a Carreta da Saúde esteve em Araguaína para a realização de exames preventivos e consultas médicas, que faziam parte da Campanha do Ministério da Saúde com o tema “Ponto final na Hanseníase”. Cerca de 500 pessoas, entre homens e mulheres, foram atendidos durante os três dias do evento por uma equipe multiprofissional, formada por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A carreta estava estacionada no Espaço Cultural Agnaldo Borges Pinto, em Araguaína, de 24 a 26 de Março.

De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Edsônia Brilhante, durante a ação foram realizadas seis coletas de materiais das regiões periféricas do corpo dos pacientes para auxiliar a equipe multiprofissional no diagnóstico da doença. Por fim, a equipe diagnosticou um total de sete casos confirmados, dos quais uma pessoa menor de 15 anos. Além desses, registrou também dois casos suspeitos da doença na população atendida.

Procedimentos

Os pacientes passam por avaliação médica e caso a hanseníase seja confirmada, uma equipe de enfermagem notifica o paciente, oferece orientações sobre o tratamento e realiza uma avaliação de incapacidade física para identificar em que grau está a hanseníase no organismo e se já atingiu algum nervo. Em seguida, o paciente recebe, gratuitamente, todos os medicamentos relativos ao primeiro mês e são orientados a continuar o tratamento na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de casa.

Casos

A aposentada Ana Bezerra já teve a doença e ficou curada. Nesta quarta-feira, seu João Alves, de 78 anos, esposo dela, foi até a carreta para realizar todos os exames. Tudo começou com uma mancha no braço. “Vim consultar por que quero que minha saúde e também a de minha família estejam sempre boas” disse ele. Além do aposentado, três filhos, duas netas e uma nora, devem também ser avaliados pela equipe.

Quem também foi até o caminhão itinerante foi o mecânico Eduardo Martins. Ele desconfiou de uma dor na perna direita e correu para fazer o exame. “É importante que a gente faça o exame, por que não sabemos se temos ou não a doença. Para mim, o exame é a melhor forma de prevenção”, disse o mecânico.

Depois de encerrar as atividades em Araguaína, na tarde desta quarta-feira, às 18 horas, a carreta deve seguir agora para Wanderlândia.

Dados

De acordo com a coordenadora Edsônia Brilhante, o Tocantins é zona endêmica da Hanseníase e muitas pessoas não são diagnosticadas por medo da doença, do preconceito e da falta de informação. Segundo ela, o Tocantins é o segundo Estado com o maior número de infestação da doença entre os adultos e o primeiro em relação às pessoas com idade entre 0 e 15 anos. Somente em Araguaína, segundo a coordenadora, em 2013 foram identificados e tratados 116 novos casos de Hanseníase em Araguaína, dos quais 13 deles acometeu a população com faixa etária menor que 15 anos. Antes da carreta chegar em Araguaína, os números na cidade eram de 24 casos, apenas nos três primeiros meses do ano. Desses, três foram detectados na população menor de 15 anos.

Doença

Hanseníase é uma doença crônica que se desenvolve através de bacilos no organismo e que também é transmissível através de gotículas de saliva, bem como através do convívio diário com quem tem a doença. Geralmente se desenvolve a partir de manchas dormentes na pele, que caso não sejam tratadas, podem comprometer o bom funcionamento do sistema muscular dos braços e das pernas. “Quanto mais precoce for descoberta a doença no organismo, mais chances o paciente têm de quebrar a cadeia de transmissão da hanseníase”, alertou a Edsônia Brilhante,.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença tem se desenvolvido na população jovem e principalmente naquelas com idade inferior à 15 anos, o que preocupa as autoridades. O diagnóstico e o tratamento são ofertados gratuitamente pelo Ministério da Saúde, através do Sistema Único de Saúde (SUS) e o tratamento demora de seis meses a um ano, com fortes possibilidades de cura. “Antes de sair da carreta, o  paciente com positividade para a hanseníase recebe medicamento para 28 dias após a consulta e sai da carreta com agendamento na UBS mais próxima de casa. Tudo para dar continuidade ao tratamento, totalmente gratuito” finalizou a coordenadora.
 

(Ascom/ Fotos: Weberson Dias)

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