Mãe acolhedora: amor de coração para filhos passageiros

Mãe acolhedora: amor de coração para filhos passageiros
Ser mãe é tão especial que existem não apenas a biológica, mas aquelas que escolhem ser mães temporárias, como é o caso da araguainense Jéssica Lorrayne
 
 
Muitas pessoas falam que ser mãe é uma dádiva de Deus. Sim, um presente especial dado para as mulheres cuidarem de outras pessoas. Um momento tão singular na vida de uma mulher que além de ter a biológica, há aquelas que adotam e também aquelas que decidem serem mães temporárias. Esse é o caso da araguainense Jéssica Lorrayne Pinto Sousa, que decidiu ser mãe acolhedora, ou seja, cuidar de crianças que estão passando por uma situação de vulnerabilidade social e precisam de um lar temporário.

Jéssica, que tem dificuldades para engravidar, cuida de quatro meninas que foram encaminhadas pelo Programa Família Acolhedora, da Prefeitura de Araguaína. Uma experiência de amor que supera qualquer uma já vivenciada.

Uma decisão
“Ser mãe acolhedora é ser mãe por decisão. Você decidir amar uma pessoa que às vezes vem de um lugar que você não conhece, de um ensinamento totalmente diferente do que você teve a vida inteira. Amar aquela pessoa independente das falhas, é ser mãe por amor, e pra cumprir os chamados de Deus”, tentou explicar Jéssica, que é pastora e também confeiteira.

Há um ano, ela decidiu entrar no programa e isso causou mudanças em sua casa. “Decidi amar elas e trazer pra dentro da minha casa; no caso era só eu e o Wilton, aí veio mais uma e depois veio mais quatro, então de dois já nos tornamos sete”, contou.

A mãe acolhedora ainda comentou sobre o que as outras pessoas falam sobre a sua escolha. “Às vezes, quando as pessoas veem de fora e às vezes falam que ‘não compreende porque nunca foi mãe’, mas quando a gente decide amar, ainda mais quando você sabe que é uma pessoa que vai estar só por um período da sua vida, às vezes você se dedica muito mais que uma mãe que sabe que vai ter uma vida inteira”, explicou.

Amor com ação
Jéssica também falou sobre a necessidade de dar carinho, atenção para as crianças que talvez tenham ausência desses sentimentos e atitudes em casa.  “Que eu venha passar para elas algo que amanhã venha mudar a realidade de tudo que elas sofreram; que eu venha, nesse pouco período de tempo, transmitir amor, atenção, carinho para elas, que elas venham se sentir amadas e acolhidas”, declarou com um sorriso no rosto e olhos cheios de amor de mãe.  

Família Acolhedora
O Programa Família Acolhedora consiste em cadastrar e capacitar famílias da comunidade para receberem em suas casas, por um período determinado, crianças, adolescentes ou grupos de irmãos em situação de risco pessoal e social, dando-lhes acolhida, amparo, aceitação, amor e a possibilidade de convivência familiar e comunitária. A família de acolhimento representa a possibilidade de continuidade da convivência familiar em ambiente sadio para a criança ou adolescente.
 
As famílias acolhedoras não se comprometem a assumir a criança como filho. São, na verdade, parceiras do sistema de atendimento e auxiliam na preparação para o retorno à família biológica ou para a adoção.

O programa está em funcionamento em Araguaína desde 2011. Atualmente estão cadastradas 15 famílias no Município. Para se cadastrar no programa é preciso ser maior de 21 anos, residente no município araguainense há no mínimo 2 anos, ter condições de saúde física e mental, não ter qualquer pendência judicial nem problemas com drogadição e sem restrição quanto ao estado civil.

As pessoas interessadas podem acessar o site da prefeitura: http://araguaina.to.gov.br/familiaacolhedora/, para se cadastrarem ou obter mais informações pelo telefone 3414-4013.

 
 
(Joselita Matos/Fotos: Marcos Filho)

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