Mulher no trânsito, perigo constante? A realidade nos mostra que não

Aquele ditado, “mulher no volante, perigo constante”, além de preconceituoso, não procede. Hoje as mulheres conseguiram autonomia e quebraram alguns tabus que insistiam em continuar existindo, tanto na vida profissional quanto na pessoal.

A ideia de que as mulheres não podem fazer determinada coisa, ou que certa profissão não é adequada para elas, já está ultrapassada. A maior prova disso é a atual “presidenta” do Brasil, Dilma Rousseff. No trânsito também temos exemplos de muitas mulheres exercendo funções que, antigamente, eram unicamente masculinas. No Tocantins, segundo dados do setor de estatísticas do Detran-TO, são mais de 100 mil condutoras, quantidade que representa quase 30% do número total de condutores no Estado.

Trabalhar no trânsito exige competência, disciplina e serenidade. São muitos os perigos enfrentados, que vão desde condutores inconsequentes à problemas no veículo. Apesar disso, muitas pessoas tornam o trânsito um lugar no qual ganham a vida. Érica Gomes Leal é um exemplo disto, ela trabalha como instrutora de trânsito em um CFC (Centro de Formação de Condutores) da Capital, e mostra no dia a dia que de sexo frágil não tem nada.

As mulheres, cada vez mais, se igualam em quantidade aos homens no mais diversos setores. Muitas vezes tendo qualidades estimadas por quem convive com elas. Igor de Oliveira, aluno da instrutora de trânsito, Érica Gomes, fala sobre o trabalho da instrutora. “Não vejo diferença alguma em ser ensinado por uma mulher. Acredito que esse preconceito já está sendo superado, porém, infelizmente alguns ainda o nutrem”, afirmou.

De acordo com a servidora do Detran-TO e psicóloga, Bárbara Moraes, a visão distorcida da sociedade em relação à capacidade das mulheres vem mudando com o passar do tempo. “Ainda existe muito preconceito em relação à mulher, principalmente no campo profissional, onde os seus salários geralmente são inferiores aos dos homens que exercem funções semelhantes. No trânsito também existe grande preconceito de que a mulher não é uma boa condutora ou que só sirva para pilotar um fogão, em ambos os casos trata-se de um total desconhecimento por parte de quem divulga isso, uma vez que de acordo com os dados estatísticos as mulheres se envolvem menos em acidentes e consequentemente morrem menos no trânsito”, explanou.

Minha vida no trânsito: Érica Gomes

“Eu comecei a minha vida no trânsito como taxista, e exerci esta profissão por um período de aproximadamente dois anos. Após isso comecei a trabalhar com transporte alternativo dirigindo um microônibus. Com o passar do tempo eu vi a necessidade de trabalhar de forma regularizada, com carteira assinada. Então resolvi fazer um teste em uma empresa de transporte coletivo, onde fui aprovada entre homens e mulheres que disputavam a vaga. Só depois fui convidada a trabalhar como instrutora. Desta forma fiz o curso de instrutora, fui aprovada e passei a trabalhar neste seguimento.

Nessa trajetória nunca me senti diminuída por ser mulher, sempre trabalhei com dignidade e tive aceitação por onde passei, mas sei que nem sempre é assim, o machismo ainda é uma coisa muito forte na nossa sociedade”, disse a instrutora de trânsito Érica Gomes.

(Ascom/Foto: Raimundo César)

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